Atualmente, tem se falado muito sobre a adesão a um tipo de dieta, um tanto quanto diferente, o Jejum Intermitente. Mas será que é seguro? Essa seria a melhor maneira para buscar um emagrecimento saudável? Confira abaixo!
O que é o Jejum Intermitente?
O Jejum Intermitente é o nome dado ao estilo de alimentação que alterna períodos de jejum com períodos de alimentação (janela alimentar). Segundo os fundadores desse tipo de dieta, não se trata de quais alimentos você deve comer, mas sim de quando você deve comer.
O embasamento dos adeptos ao jejum intermitente é de que a prática do jejum é algo comum na história dos seres humanos, pois nossos ancestrais não tinham comida disponível o ano todo, muito menos realizavam de 5 a 6 refeições por dia. Dessa forma nosso organismo estaria preparado a ficar longos períodos de jejum.
Outra questão é que nessa prática, a realização dos exercícios em jejum é considerada segura.
Como funciona o Jejum Intermitente?
Existem alguns protocolos para o Jejum Intermitente. Basicamente a ideia é que você precisaria dividir o dia ou a semana em uma janela de tempo de alimentação e outra de jejum.
1. Protocolo Leangains ou Método 16/8:
Este protocolo tem como base uma janela de alimentação de 8 horas e um período de jejum de 16 horas. Dentro da janela de alimentação, você poderia fazer 2-3 refeições, ou até mais se quiser.
2. Protocolo Eat-Stop-Eat (Coma-Pare-Coma):
O Eat-Stop-Eat é um protocolo que envolve jejuns de 24 horas, uma ou duas vezes por semana. Por exemplo, se você jantou na segunda-feira às 19 horas, não poderia comer nada até as 19 horas do dia seguinte. E assim você faria um jejum de 24 horas.
3. Protocolo 5:2:
O protocolo 5:2 permitiria que você coma normalmente 5 dias da semana, enquanto restringe o consumo de calorias para 500-600 durante os outros dois dias.
4. Jejum de 36 horas:
Este método é similar ao Eat-Stop-Eat, mas tem uma duração mais longa.
O que é permitido no período de jejum?
Água, café, chás sem adição de açúcar e bebidas não calóricas são permitidos.
Por que as pessoas estão aderindo ao Jejum Intermitente?
A hipótese é que ao aderir esse tipo de prática de alimentação, teríamos alterações positivas no organismo, como: aumento da produção do hormônio do crescimento, melhora da sensibilidade à insulina, reparo celular (redução do estado inflamatório), emagrecimento, controle nos níveis de colesterol e triglicérides, prevenção de câncer e tantas outras promessas.
Mas afinal, o que teoricamente deu certo para uma pessoa, daria certo para você também? NÃO!
Com certeza, a primeira coisa é entender o que é fome fisiológica e vontade de comer, independentemente do tipo de “dieta” a ser seguida, mas o que reforçamos sempre é que devemos respeitar a individualidade de cada pessoa e por isso o ideal é adotar hábitos alimentares saudáveis, seguindo os princípios da reeducação alimentar. Para isso, procure um nutricionista.
O que as pessoas não sabem?
- O jejum intermitente só deveria ser feito depois que o paciente estivesse em uma dieta low carb & high fat há seis ou oito semanas, porque seu corpo teria aprendido a utilizar a gordura como fonte de energia, ou seja, mais uma dieta restritiva.
- Não é reforçado na mídia que mesmo com o jejum há necessidade de ter um controle das quantidades e qualidade dos alimentos a serem consumidos, dando a entender que nos períodos de alimentação, poderia comer de tudo.
- Quem faz atividades físicas precisa ter um suporte adequado de nutrientes, pois se passamos muitas horas sem se alimentar e, nesse tempo, formos praticar exercícios pesados, podemos ter hipoglicemia.
- Os próprios idealizadores do jejum intermitente afirmam não ter estudos específicos com alguns dos protocolos e os poucos estudos disponíveis foram realizados em ratos ou foram realizados em populações muito pequenas, em indivíduos saudáveis, e por curtos períodos, o que limita a força dos resultados alcançados.
- Não é recomendado em hipótese alguma que gestantes e mulheres que estão amamentado adotem essa prática, pois pode acarretar em prejuízos no crescimento e desenvolvimento do bebê, assim como alterações clínicas em ambos. Não deve ser feito também por crianças, adolescentes, idosos, diabéticos que fazem uso de medicamentos hipoglicemiantes, pessoas que fazem uso de medicação controlada, pessoas muito magras com metabolismo acelerado, pessoas com infecções crônicas e com fadigas crônicas, além de pessoas que apresentam insônia.
- Risco: Pode desenvolver transtornos como anorexia, bulimia, compulsão alimentar.
- O Jejum Intermitente apresenta efeitos colaterais, como: fraqueza, dores de cabeça, tonturas, irritabilidade, além da fome.
Portanto, é óbvio que ficar sem comer emagrece, mas não significa que é um emagrecimento saudável, pois pode induzir a perda de massa muscular.
Jejuns acima de 5h não são muito saudáveis porque, se o organismo não recebe energia via alimentação, ele vai buscar nas nossas reservas de glicose do fígado e dos músculos. Quando essa reserva acaba é que o problema surge: nosso corpo passa a usar os próprios músculos (proteínas) pra obter energia, provocando perda da massa muscular.
Quem vive de dieta?? É difícil alguém viver em jejum. Então, se alguém adota essa prática e quando volta a se alimentar normalmente, a chance de retornar para os hábitos errados que tinha anteriormente a dieta é grande, com isso há um aumento do peso novamente.