A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que 40 milhões de brasileiros foram diagnosticados com pré-diabetes. Mas afinal o que quer dizer isso e será que pré-diabetes cura? Com a alimentação é possível reverter essa doença? Confira todas as respostas e dicas alimentares no texto de hoje sobre este assunto, aqui no Blog da Energié!
O que quer dizer pré-diabetes?
Muitas pessoas quando recebem o diagnóstico pelo médico de que estão com pré-diabetes, levam um susto. Afinal, o que significa estar com pré-diabetes? O pré-diabetes não é o diagnóstico definitivo da doença, mas é um sinal de risco aumentado para o aparecimento do diabetes mellitus tipo 2. Digamos que é um sinal de alerta que o seu corpo está dando para você do que pode estar por vir.
Mas você deve estar perguntando: qual é a diferença entre diabetes e pré-diabetes?
O diabetes é uma doença crônica ocasionada pelo aumento da glicose (açúcar) no sangue que é consequência da falta de insulina (um hormônio) que serve para suprir as necessidades do corpo de retirar a glicose da corrente sanguínea e levá-la até a célula.
O pré-diabetes é classificado como a elevação da glicose no sangue, ou seja, o corpo já está avisando que a falta de insulina pode vir a acontecer. Com isso a pessoa está em uma fase intermediária entre o estar saudável e o estar com o diabetes tipo 2.
Confira abaixo os diferentes valores de referência dos exames para a classificação de diabetes e pré-diabetes.
Quais são os exames para diagnosticar pré-diabetes?
Normalmente, os médicos pedem exames para diagnosticar o pré-diabetes. Os 3 exames mais comuns são:
- Glicose em jejum (mg/dL), no qual o paciente fica em jejum pelo menos 8 horas para fazer o exame.
- Hemoglobina glicada, é um exame que avalia a glicemia média dos últimos três meses do indivíduo.
- Teste de tolerância a glicose, é um exame que observa como o organismo reage após uma solução rica em açúcar.
Confira abaixo quais são os valores destes exames que o indivíduo com pré-diabetes apresenta:
O que é considerado pré-diabetes?
Para que o médico diagnostique alguém com pré-diabetes, os valores dos exames devem estar assim:
- Glicose em jejum (mg/dL): entre 100 e 125mg/dL.
- Hemoglobina glicada: entre 5,7% e 6,4%.
- Teste de tolerância a glicose: entre 140 e 199ml/dL.
A partir de quando é considerado diabetes?
Já para confirmar o diagnóstico de diabetes os valores dos exames devem estar assim:
- Glicose em jejum (mg/dL): igual ou acima de 126mg/dL.
- Hemoglobina glicada: acima de 6,5%.
- Teste de tolerância a glicose: acima de 200ml/dL.
Sinais e sintomas de pré-diabetes
Normalmente as pessoas com pré-diabetes não costumam apresentar nenhum sinal ou sintoma. Por isso, o diagnóstico é feito somente depois da realização dos exames e é aqui que se encontra a importância de se fazer os exames de rotina, pelo menos 1 vez ao ano.
Fatores de risco para o desenvolvimento de pré-diabetes
Alguns fatores de risco também podem estar relacionados com o aparecimento do pré-diabetes e diabetes. São eles:
- Idade maior ou igual a 45 anos
- Excesso de peso
- Ter algum familiar que apresenta diabetes
- Sedentarismo
- Ter passado por diabetes gestacional
- Hipertensão arterial (≥140/90 mmHg)
- HDL-colesterol menor ou igual a 35mg/dL e/ou triglicerídeos maior ou igual a 250mg/dL
- Síndrome dos ovários policísticos
- Apresentar alguma doença vascular
Pré-diabetes tem cura?
A pergunta que não quer calar, não é mesmo? Afinal de contas, pré-diabetes tem cura? Tem como reverter este processo? A boa notícia é que sim! Com uma mudança no estilo de vida é possível tirar a diabetes do seu futuro. Por isso, um acompanhamento com profissionais de saúde como médico e nutricionista é essencial. Mas preste atenção, esta mudança depende de VOCÊ! Confira abaixo como é feito o tratamento para pré-diabetes.
Qual é o tratamento para pré diabetes?
Muitos estudos científicos mostram que mudanças no estilo de vida são efetivas para retardar ou prevenir do diabetes tipo 2. Confira abaixo os itens que devem ser seguidos para o tratamento do pré-diabetes:
- Alimentação saudável e adequada
- Em caso de excesso de peso, redução de 5 a 10% do peso corporal
- Exercício físico de pelo menos 150 minutos por semana (30 minutos, 5x na semana)
- Se você fuma: retirar o cigarro da sua vida
Estas mudanças de estilo de vida devem ser monitoradas pelos profissionais de saúde e a cada 6 meses uma nova realização de exames deve ser realizada para verificar possíveis alterações.
Para as pessoas que não conseguirem reduzir o peso e normalizar os exames, o médico deve entrar com medicamentos. Mas isso nós não queremos, não é mesmo? Por isso, foco na mudança do estilo de vida, combinado?
O que comer quando está com pré-diabetes? 9 dicas alimentares para reverter o pré-diabetes
O tratamento para o pré-diabetes é a mudança de estilo de vida e isto inclui uma alimentação saudável. Confira abaixo 9 dicas alimentares que vão te auxiliar no tratamento:
Dica 1: Aumente o consumo de alimentos in natura
Faça com que a base da sua alimentação seja de alimentos in natura como frutas, verduras e legumes. Tudo muito colorido! Estes alimentos fornecem fibras, vitaminas e minerais que fazem muito bem para a sua saúde evitando a evolução do diabetes e até de outras doenças crônicas como hipertensão. E não precisa ter medo de consumir frutas, viu? Só evite comer várias de uma vez, como 2 bananas ou 3 laranjas. E, sempre que der, misture elas com farelo de aveia, chia, linhaça ou outra fibra que preferir!
Dica 2: Evite alimentos ultraprocessados
Os pré-diabéticos devem evitar consumir alimentos ultraprocessados. “Mas, por quê?” Estes alimentos contêm quantidades excessivas de açúcar que podem levar ao aumento da sua glicemia. Vou citar aqui alguns destes alimentos: biscoitos, bolachas recheadas, suco em pó, temperos industrializados, salgadinhos, balas, guloseimas, sorvetes, iogurtes e bebidas lácteas adoçadas e alimentos congelados prontos como lasanha, pizzas e hambúrgueres.
Dica 3: Prefira fazer a sua própria comida do que comprar pronta!
Como está a sua relação com o mundo da gastronomia, hein? Cozinhar mais em casa é uma ótima dica para evitar o consumo de comidas prontas como as que citei acima, lasanhas, pizzas… por isso, fazer a sua própria comida é um sinal positivo para melhorar a sua relação com os alimentos e saber o que você está consumindo. Confira aqui algumas dicas práticas neste texto para cozinhar mais!
Dica 4: Prefira os alimentos integrais!
Isso mesmo, arroz integral, macarrão integral, pão integral… são alimentos que têm em sua composição cereais integrais e em algumas versões destes alimentos também há sementes como linhaça, gergelim, chia e até castanhas. E isto significa que estes produtos contêm mais fibras, o que torna eles aliados na prevenção do diabetes.
Dica 5: Como está o seu consumo de fibras?
As fibras são muito importantes para nossa saúde, ainda mais para quem é pré-diabético. As fibras solúveis apresentam efeitos benéficos na glicemia e no metabolismo de gorduras, enquanto as fibras insolúveis agem contribuindo para a saciedade e para o controle de peso. Quer saber mais sobre? Clique aqui.
As principais fontes de fibras estão presentes nestes alimentos: frutas, verduras, legumes, farelo de aveia e de cevada, semente de linhaça, além de leguminosas como feijão, ervilha, grão de bico e lentilha, aveia, linhaça, cevada e psyllium. O consumo de três ou mais porções de cereais integrais é indicado para o alcance da recomendação de fibras ao dia.
Dica 6: Cuidado com o excesso de açúcar
Atualmente, o brasileiro consome 50% a mais de açúcar do que o recomendado, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que, por dia, cada brasileiro, consome em média 18 colheres de chá de açúcar quando o recomendado seria até 12 colheres de chá ao dia. Por isso, tome cuidado com o açúcar que você acrescenta em: cafés, achocolatados, sucos, vitaminas… Eu sei que é difícil reduzir. Porém, você pode colocar uma meta por semana, e ir diminuindo a quantidade de colheres de açúcar que coloca no seu café, por exemplo. Isto já é um bom começo. E digo uma coisa, só é difícil no começo, até acostumar o paladar. Você consegue viver sem este açúcar a mais na sua vida.
Dica 7: Fracionamento e horário das refeições
Quantas refeições você faz por dia? 2,3,5 refeições? O fracionamento das refeições é muito importante para fazer uma distribuição adequada dos alimentos durante o dia. Tente fazer pelo menos 5 refeições ao dia: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar.
Outra recomendação para pré-diabéticos, é que as refeições sejam feitas em horários semelhantes todos os dias e consumidas com atenção e sem pressa, pois assim favorecem a digestão dos alimentos. Uma dica aqui é praticar o mindful eating. Quer saber como fazer? Clique aqui.
Dica 8: Cuidado com o consumo de álcool
Você está consumindo muita bebida de álcool? Se sim, a recomendação é que você evite, pois o álcool influencia e muito a sua glicemia, o que não favorece o tratamento de pré-diabetes.
Dica 9: Alimentos associados ao menor risco de desenvolver diabetes tipo 2
Alguns estudos científicos revelam que alimentos como nozes, castanhas, leites e derivados desnatados, frutas vermelhas, azeite de oliva, legumes, cereais integrais, peixes e leguminosas estão associados ao menor risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2. Um padrão alimentar como o da dieta mediterrânea também tem seus efeitos positivos na prevenção de doenças. Quer saber mais sobre esta alimentação mediterrânea? Confira este texto aqui.
Lembre-se que é uma questão de mudança de estilo de vida, atividade física e bons hábitos alimentares são importantíssimos quando o assunto é pré-diabetes. O acompanhamento com o seu nutricionista é fundamental para que a individualidade seja levada em consideração no seu plano alimentar. Gostou das dicas? Comente aqui!