Quais são os tipos mais indicados de adoçantes na gestação, já que muitas gestantes ficam na dúvida se podem ou não usá-los e quais deles devem usá-los?
Antes de tudo precisamos entender o que é o adoçante ou edulcorante!
Os adoçantes ou edulcorantes são substâncias de baixo ou inexistente valor energético que proporcionam a um alimento o gosto doce. O mais indicado em casos de grávidas com o peso normal e que não apresentam diabetes gestacional é o consumo moderado do açúcar comum. Entretanto se o profissional de saúde que acompanha e avalia a gestação julgar necessário indica-se o consumo moderado de adoçante.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) divulgou recentemente uma lista com as limitações no uso dos edulcorantes para a população em geral. Para as gestantes as limitações são as mesmas. Vamos conhecê-las:
1. Sacarina e Ciclamato
A sacarina atravessa a placenta e aparece no leite materno, devendo ser evitada durante a gestação e lactação, devido a falta de informações sobre seus efeitos para o feto. O ciclamato cruza a placenta e os níveis sanguíneos fetais chegam a 25% dos níveis plasmáticos maternos, suspeitando-se que isso possa causar efeitos citogenéticos nos linfócitos humanos, podendo estar associado a maior incidência de malformações e problemas comportamentais nos fetos, devendo assim, ser evitado durante a gestação e lactação.
Existem poucas informações sobre o uso da sacarina e ciclamato na gestação, e seus efeitos sobre o feto. Devido às limitadas informações disponíveis e ao seu potencial carcinogênico em animais, a sacarina e o ciclamato devem ser evitados durante a gestação.
2. Aspartame
Segundo os estudos a ingestão de produtos que contenham aspartame durante a gestação é considerada segura, desde que não haja excesso no consumo. No entanto, poucos estudos têm avaliado este tema e a maioria dos profissionais de saúde optam por restringir o aspartame na gestação. O consumo de aspartame pela nutriz provoca pequena elevação nos níveis de aspartato e fenilalanina no leite, devendo ser então evitado no período da amamentação.
3. Sucralose
É um açúcar invertido, ou seja, é o único que vem da cana de açúcar, não tem calorias, tem poder adoçante em relação ao açúcar de 600 vezes mais doce e é excretado pela urina sem alterações, ou seja, não é absorvido pelo organismo. A FDA (Food and Drug Administration) a partir de 110 estudos realizados, concluiu que o uso desse produto não gera riscos carcinogênicos, reprodutivos ou neurológicos em seres humanos. Assim a sucralose não tem contra indicação para gestantes, crianças e diabéticos.
4. Stévia
Estudos em animais e humanos indicam que esse adoçante possui propriedades anti-hipertensivas, reduz a glicemia pós-prandial de pacientes com diabetes tipo 2 e pode modificar o resultado de testes de tolerância à glicose, reduzindo significativamente os níveis de glicemia. Portanto, a stévia deve ser evitada antes da realização de exames de rastreamento ou diagnóstico de diabetes durante a gestação. Apesar de natural, é desaconselhado para gestantes pela falta de estudos que comprovem a sua segurança. Pelo seu gosto amargo, é geralmente associado a outros edulcorantes, como a sacarina e o ciclamato de sódio. Fique atenta!
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Portanto, o que observamos é o que maior risco no uso dos adoçantes na gestação e em outras épocas da vida talvez seja o consumo indiscriminado e excessivo, já que as pessoas acreditam que os adoçantes “não engordam” por isso são “saudáveis”.
Na verdade o uso e a indicação são restritos, principalmente na gestação, orientado sempre pelo médico ou nutricionista.