O óleo de cártamo é a cápsula da vez: promete emagrecer e queimar gordura abdominal. Assim como ele, tantos outros alimentos surgem com essa mesma promessa e tempos depois são esquecidos por quem vive em busca de emagrecimento fácil. Mas será que ele veio para ficar?
O óleo de cártamo é derivado das sementes de uma planta chamada Carthamus tinctorius e, assim como outros óleos vegetais, devemos consumi-lo com moderação devido ao valor calórico elevado. Em geral, as gorduras aumentam a sensação de saciedade; portanto, consumir uma cápsula antes das refeições principais pode ser uma boa estratégia para reduzir a fome. Para entender sobre a qualidade desse óleo, devemos conhecer a composição dele primeiro: Por ser de origem vegetal, tem menos gordura saturada do que as gorduras animais, o que é um ponto positivo. A maior parte dele é composta de ômega-6, uma gordura muito importante para a função cerebral, desenvolvimento de pele e cabelo, manutenção de saúde óssea e sistema reprodutor. Apesar de o corpo humano não conseguir produzir o ômega-6, a nossa alimentação é rica em fontes desse óleo: carnes vermelhas, óleos vegetais (soja, canola, milho, girassol) e oleaginosas. Ou seja, suplementação de óleo de cártamo não traria benefícios nesse sentido. As alegações positivas sobre essa substância estão baseadas em estudos que mostram redução de gordura abdominal, aumento de HDL (o colesterol bom) e melhora dos níveis de glicose sanguínea. Porém é preciso ter muito cuidado ao basear-se nessas informações. Para que uma substância tenha efeitos comprovados, são necessários vários estudos, feitos com diferentes populações e um número grande de participantes. Ou seja, por enquanto é melhor confiar no que sabemos que funciona para um emagrecimento saudável: atividade física e melhora dos hábitos alimentares. Mas se mesmo assim você quiser apostar no óleo de cártamo, procure um médico ou nutricionista antes para não por sua saúde em risco. Referências: Asp ML, Collene AL, Norris LE, Cole RM, Stout MB, Tang SY, et al. Time-dependent effects of safflower oil to improve glycemia, inflammation and blood lipids in obese, post-menopausal women with type 2 diabetes: a randomized, double-masked, crossover study. Clin Nutr. 2011;30 (4):443-9. Norris LE, Collene AL, Asp ML, Hsu JC, Liu LF, Richardson JR, et al. Comparison of dietary conjugated linoleic acid with safflower oil on body composition in obese postmenopausal women with type 2 diabetes mellitus. Am J Clin Nutr. 2009;90(3):468-76. The European Food Information Council (EUFIC). How to choose your culinary oil. Bruxelas, fevereiro de 2014. Disponível em: https://www.eufic.org/article/en/artid/How_to_choose_your_culinary_oil/
Por Natali Carol Fritzen Nutricionista – CRN 8/8432