"Tem que raspar o prato": essa obrigação pode ser perigosa para as crianças!

“Tem que raspar o prato”: essa obrigação pode ser perigosa para as crianças!

Nós, mães, sempre queremos o melhor para os nossos filhos, mas quando se trata de alimentação, o melhor para o nosso filho não é comer tudo do prato de maneira forçada, sabia? E hoje eu vim fazer você entender isso =)

“Ah, nutri, mas meu filho não come bem!”

Eu sei! A gente fica triste quando prepara aquele prato lindo, saudável, variado e colorido para o nosso filho, ele come uma colher (quando come) e pronto! Mas é muito importante você entender que essa mania que a maioria das mães tem de querer o prato limpo no final da refeição, não é uma coisa saudável!

Pare e reflita! O que seria comer bem para você?

Para você o seu filho só come bem se ele comer tudo que você tiver colocado no prato dele?

Então, aqui vamos para a primeira questão:

Você já percebeu que você quer que o seu filho coma a quantidade de comida que VOCÊ coloca no prato dele?

Será que se eu fosse montar o seu prato, eu acertaria a quantidade de comida que você geralmente come? Com certeza não, né?! Mesmo porque você também pode comer uma quantidade de comida em um dia, mas no outro já não tem tanta fome e acaba colocando menos!

Acredite! SEU FILHO SABE QUANTO ELE DEVE COMER!

Você sabia que os bebês nascem com uma capacidade fisiológica de auto regulação da fome?

Quando nós nascemos, temos uma capacidade muito boa de perceber sinais de fome e de saciedade. Afinal de contas, a gente nem fala, não é?! Quem diz horário de comer é o bebê, quando chora desesperadamente, assim como também é ele que larga o peito quando está saciado.

Após os 6 meses, quando ocorre a introdução dos alimentos, essa percepção continua! Então, acredite neles!

Seu filho continua sabendo a quantidade de comida que ele deve consumir, mesmo após a introdução alimentar!

Te convido agora para uma volta no túnel do tempo: Vamos relembrar quando você era criança!

Seus pais te obrigavam a comer tudo que tinha no prato?

Provavelmente sim, não é?

Agora pense o que vem na sua cabeça ao lembrar deles te forçando a ficar na mesa, ou até mesmo forçando colheradas na sua boca até o prato ficar limpo: Hoje, já adulto, você tem aversão a algum alimento porque quando era pequeno era obrigado a comer? Quando sua mãe te chamava para almoçar/jantar, você ia fazer suas refeições com prazer ou era uma tortura sempre que chegava essa hora do dia?

Pois é, nossos pais fizeram isso com a gente! (E com certeza você deve estar pensando: “E eu nem morri por isso”). Mas você gosta da sua alimentação hoje ou vive na luta com a balança?

Você percebe quando está saciado e respeita isso ou come desesperadamente?

Assim como você, seu filho também não vai morrer por você força-lo a comer, mas ele também não vai ficar maior e mais forte por causa disso!

Pelo contrário, ele te dizer que não quer mais comer e você força-lo a isso vai estar ensinando-o a ignorar os sinais de saciedade e isso pode levar a um adulto que tem compulsão, que não percebe os sinais de saciedade, além de fazer seu filho associar as refeições com algo ruim e elas se tornarão cada vez menos prazerosas.

Isso tudo pode favorecer a um ganho de peso excessivo!

#Tchau, distrações!

Além disso, um outro ponto muito importante, é que muitos pais na tentativa de fazer seus filhos comerem mais, utilizam de artifícios não tão saudáveis assim, como é o caso dos tablets, celulares e brinquedos durante a refeição.

Eu sei que é um ato inocente, mas lembre-se que seu filho, assim como você, deve estar focado no momento da refeição! Essas distrações podem fazer eles comerem mais, como também pode distraí-los a ponto deles pararem de comer sem estarem saciados.

Também é muito importante você não ceder outros alimentos que não são saudáveis porque “é melhor ele comer alguma coisa do que não comer nada”. Acredite, é muito melhor a gente focar na QUALIDADE do que nosso filho come, do que na QUANTIDADE!

#Sem recompensas!

Não importa se você faz isso com comida, com brinquedo ou qualquer outra coisa. Se você fizer, quem estará no comando será a criança! Além disso, ela pode sempre associar a comida com alguma recompensa.

Seu filho não quer comer? Respeite! Continue incentivando, apresentando novos alimentos, tente preparações diferentes, crie apresentações diferentes (sabe aquelas imagens lindas de pratos montados que viram coqueiros, rostinhos, etc? – Que tal se aventurar e tentar fazer um para o seu filho?) – Mas não insista e não force! INCENTIVAR é diferente de INSISTIR!

Não use frases como: “A mamãe vai ficar triste se você não comer” e também não dê os parabéns caso seu filho coma tudo – Isso fará seu filho comer para te ver feliz, não necessariamente porque está com fome.

Por melhor que seja sua intenção de fazê-lo comer tudo que está no prato, força-lo a comer, dizer que ele só sairá da mesa após terminar de comer tudo que está no prato, vai atrapalhar ainda mais a relação do seu filho com os alimentos. #COMIDA NÃO É CASTIGO

Acalme seu coração! Você não estará sendo menos mãe porque seu filho não “come bem”! Associamos muito isso, não é? Porque temos na nossa mente que cuidar é sinônimo de alimentar, mas os dois são coisas distintas.

Repita os mantras: “Nem sempre o prato estará vazio”; “Quem alimenta de forma respeitosa, cuida melhor”.

Colocando esses mantras na cabeça ficará muito mais leve para você e para o seu filho esse horário da refeição!

Mas, nutri, como saber se ele está saciado?

O Guia Alimentar para crianças menores de 2 anos traz para gente um quadrinho explicando por idade os sinais de fome e de saciedade, confere aí:

Legal, não é? Assim fica muito mais fácil de você tentar entender os sinais que o seu filho te dá =)

Saber reconhecer os sinais de fome e saciedade e compreender a capacidade de autocontrole da criança em relação a ingestão alimentar contribuem para a formação de um comportamento alimentar adequado. Esse processo se inicia precocemente e se estabelece ao longo dos primeiros 2 anos de vida.

Então, nada de pressa! 😉

Lembre-se que seu filho passou 9 meses dentro da barriga e, depois que nasceu, passou 6 meses só com leite materno. A introdução alimentar é um processo devagar, seu filho com 6 meses não vai sair comendo e aceitando tudo que você der para ele. Tenha paciência!

Você tem dúvidas de como deve ser a introdução alimentar? Então confira aqui.

Vou terminar esse artigo com um desafio pra você, que tal?

#Desafiodanutri =)

Prepare um jantar especial e saudável para sua família hoje! Se puder, leve seu filho com você para fazer as compras e peça ajuda também para preparar as receitas (mexer alguma preparação, untar uma forma, ralar uma cenoura – as tarefas vão depender de acordo com a idade do seu filho) – assim seu filho já vai se familiarizando com os ingredientes e preparações e pode ter mais interesse no horário da refeição.

Depois, peça para ele te ajudar a montar uma mesa bem bonita e sentem todos à mesa JUNTOS!

Converse com a criança durante a refeição, fale sobre os alimentos que estão no prato dele, incentive-o a provar alguma coisa, seja o EXEMPLO!

Regras:

  • Desligue a televisão
  • Deixe os celulares, tablets, livros no quarto
  • Não deixe nenhum brinquedo próximo da mesa
  • Não conte as colheradas
  • Não o force a comer
  • Não diga que ficará triste se ele não comer e também não dê parabéns, caso ele coma
  • Não ofereça recompensas
  • Não faça aviãozinho
  • Seu filho não quer comer? Ok, RESPEITE!

Quando ele tiver os sinais de fome e se mostrar interessado, você tenta oferecer novamente a refeição!

Lembre-se também que existem vários fatores que podem interferir nessa fome, como o nascimento dos dentes, doenças, diminuição do ritmo de crescimento, etc.

Vamos colocar em prática?

Que tal tirar uma foto dos preparativos do jantar ou até mesmo da família reunida na mesa (só não esqueça de fazer isso no começo da refeição e depois levar o celular para o quarto) e marcar a gente (@energienutricao) no instagram?

Queremos ver e fazer parte, mesmo que de longe, dessa refeição prazerosa e respeitosa em família!

Vamos falar de doença celíaca?

Vamos falar de doença celíaca?

“Devo ter Doença Celíaca. Como um pãozinho e logo sinto uma azia e fico inchada. Toda vez que como glúten eu ganho uns 2Kg na balança. Não adianta, é só eu olhar para uma macarronada que já fico toda retida.”

Essas frases são comuns nos atendimentos de nutrição. De uns anos para cá, quase toda paciente que pensa em perder peso, sente desconforto ao comer glúten. Mas será mesmo que todo mundo, de repente, passou a apresentar uma sensibilidade à essa proteína?

Afinal, o que é a doença celíaca e por que é tão importante não se negligenciar às reações ao glúten e tratar de forma tão leviana uma doença que é grave, às vezes silenciosa e perigosa?

Não, hoje não vamos falar de emagrecimento. Hoje vamos falar de Doença Celíaca! Afinal, notamos que aqui no Blog da Energié temos artigos falando sobre o glúten, mas ainda não havíamos falado da doença que ele pode causar.

Definição de doença celíaca

A Doença Celíaca pode ser definida em uma frase:

A Doença Celíaca (DC) é uma enteropatia crônica do intestino delgado, de caráter autoimune, desencadeada pela exposição ao glúten em indivíduos geneticamente predispostos.

Com essa definição a gente pode entender diversos aspectos dessa doença que vão caracterizá-la e facilitar na hora de investigar mais à fundo se a pessoa realmente é celíaca.

Vamos entendendo um por um?

… enteropatia – Entero=intestino, patia=doença, logo, é uma doença do intestino.

… crônica – é uma doença que se apresenta ao longo do tempo, dura muito tempo, não se cura rapidamente.

…do intestino delgado – é uma doença do intestino, mais especificamente da porção chamada de intestino delgado, que tem a função específica de absorver alguns nutrientes.

…de caráter autoimune – uma doença é chamada de autoimune, quando ela tem a característica de atacar o próprio organismo. É o seu sistema imune lutando contra o seu próprio corpo, partes do corpo, moléculas, etc.

… desencadeada pela exposição ao glúten – essa parte aqui, mostra que toda a reação autoimune que a pessoa vai ter, precisa da presença do glúten para acontecer. A pessoa tem contato com o glúten e isso faz o corpo dela começar a lutar contra ele mesmo, nas células do intestino delgado.

… em indivíduos geneticamente predispostos – aqui é o ponto chave para perceber que não é qualquer pessoa que tem reação autoimune ao glúten. Para a pessoa se tornar um doente celíaco, ela terá fatores genéticos, ou seja, genes específicos que fazem com que ela tenha uma resposta autoimune quando exposta ao glúten.

Guarde esses conceitos, pois eles fazem a maior parte das pessoas que diz tirar o glúten da alimentação para emagrecer estar tratando de maneira negligente um problema de saúde grave que é a Doença Celíaca.

Sintomas

Quando os portadores da doença apresentam os sinais clássicos, normalmente serão:

  • Adultos: diarreia crônica, perda de peso, anemia, distensão abdominal, mal-estar e edemas.
  • Crianças: perda de peso, baixa estatura, vômitos, diarreia, dor abdominal recorrente, atrofia muscular, intestino irritável, irritabilidade e desconforto.

No consultório de nutrição, as principais queixas e sinais serão: diarreia, esteatorreia, distensão abdominal, diminuição da musculatura glútea, perda de peso, além de deficiências nutricionais.

Também existem os sintomas da forma atípica da doença, são eles:

Dermatite herpetiforme, hipoplasia do esmalte dentário, osteoporose, baixa estatura, atraso na puberdade, infertilidade, anemia por deficiência de ferro, deficiência de ácido fólico e vitamina B12, doenças neurológicas, alterações comportamentais, artrite e doenças hepáticas.

Por que esses sintomas aparecem?

Fica mais fácil de entender o porquê da Doença Celíaca causar esses sintomas descritos acima, quando observamos a diferença entre um intestino normal e um de um celíaco:

Como vocês podem perceber pela imagem, um intestino normal apresenta em sua parede, células compridas que parecem dedos. E é por causa desse comprimento que os nutrientes são melhor absorvidos, porque o intestino tem mais espaço para ficar em contato com os nutrientes e absorvê-los.

Já na mucosa da parede de um celíaco, de tanto ser exposta ao glúten, o corpo (lembra que é autoimune?) começa a atacar esses “dedos”, fazendo com que eles fiquem cada vez mais curtinhos e achatados, perdendo MUITO espaço e capacidade de absorver nutrientes.

Por isso a perda de peso, as diarreias, anemias e todos os sintomas descritos anteriormente. E também é por isso que um doente celíaco é diferente de uma pessoa que simplesmente “não se dá muito bem” com glúten.

Como é feito o diagnóstico?

Primeiramente é importante salientar que o diagnóstico definitivo de Doença Celíaca é feito por um médico e não por Nutricionistas, pois os exames que DEVEM ser feitos são específicos.

Para diagnosticar a Doença Celíaca, normalmente há uma suspeita já muito grande de que a pessoa tem o quadro. Pois não existe somente um fator observado que levará ao diagnóstico. É uma associação de sinais clínicos e laboratoriais que fecham o diagnóstico.

O primeiro passo quando se há a suspeita de doença celíaca é: NÃO, NÃO, NÃÃÃÃOOOOO retirar o glúten da alimentação.

Sim, é isso mesmo que você leu. Antes de fechar o diagnóstico de doença celíaca, é imprescindível que a pessoa esteja exposta ao glúten. Porque primeiro ela fará um exame sorológico (exame de sangue) em que será identificada a presença de anticorpos que só aparecem para aqueles que tiveram a resposta imune desencadeada pelo glúten.

Então primeiro a pessoa fará o exame que detecta o antiendomísio e o antitransglutaminase tecidual. E em caso de resultado positivo (na presença de glúten), ela fará a biópsia duodenal, que é o exame que fecha definitivamente o diagnóstico, pois observará aquele achatamento das vilosidades e presença de porções inflamadas também.

O rastreamento de doença celíaca em indivíduos que não apresentam sintomas, não é indicado!!! Então, lembre-se, se você sente desconforto ao comer glúten, primeiro procure um Nutricionista que irá investigar se os sintomas que você apresenta são característicos da doença e saberá te encaminhar à um especialista para maiores investigações. NÃO RETIRE O GLÚTEN DA DIETA SEM ORIENTAÇÃO!

Nesse artigo aqui já falamos um pouco sobre essa retirada desnecessária do glúten da dieta.

Como é o tratamento da Doença Celíaca?

O tratamento da Doença Celíaca consiste exclusivamente na retirada do glúten da dieta. Não existe outra forma de tratar.

E para isso o paciente precisa estar atento inclusive à contaminação cruzada, ou seja, não pode utilizar produtos que tenham glúten em sua composição e nem que passaram por utensílios que manipulem os alimentos que contém glúten (caso da aveia).

Os alimentos que contém glúten em sua composição são:

  • Trigo
  • Centeio
  • Cevada

E a aveia muitas vezes apresenta traços devido à contaminação.

Para evitar o consumo de glúten, o celíaco deve dar preferência para todos os cereais integrais que não os descritos acima e ficar atento ao rótulo dos produtos industrializados, pois é graças a eles que a indústria é obrigada a declarar se contém glúten ou não em seus produtos.

Quando não é feita a retirada do glúten da alimentação do Celíaco, há um maior risco de desenvolvimento de neoplasias, câncer, infertilidade, fraturas, entre outros problemas graves de saúde.

Por isso não se deve negligenciar os sintomas e, quando necessário, investigar se a pessoa apresenta ou não o quadro de doença celíaca.

Retirar o glúten da alimentação para fins estéticos não é aconselhável. Dizer que tem intolerância ao glúten sem ao menos realizar uma investigação mais à fundo também prejudica aquelas pessoas que realmente apresentam uma doença e precisam que seu caso seja tratado com a devida importância.

Intolerância ao glúten não celíaca

Mas, Nutri, eu tirei o glúten da alimentação é reparei que melhorei de diversos sintomas. O que pode ser isso?

Bom, existe a possibilidade da pessoa reagir bem à retirada de alimentos fontes de glúten da alimentação. Nesses casos, essas pessoas são consideradas intolerantes ao glúten não celíacos.

Mas tem um problema com essa classificação. Até hoje, os estudos realizados não encontraram diferenças significativas entre grupos que, quando comparados e controlados, retiram o glúten ou só fazem uma dieta placebo. Portanto ainda não se sabe qual a real prevalência dessa intolerância na população.

E convenhamos, quais os alimentos que você costuma comer que são fontes de glúten? Experimente retirar todos! Pães, biscoitos, torradas, cerveja, cereais matinais, pizzas, massas, etc.

Se você for substituir pelas versões sem glúten que existem no mercado, vai gastar uma grana! Se substituir por outros tipos de alimentos, provavelmente serão opções com mais valor nutritivo. Então a perda de peso normalmente se dá pela restrição calórica ou melhora da qualidade alimentar, e não pela ausência do glúten.

Pense nisso!

Dieta low carb aumenta a mortalidade, segundo novos estudos

Dieta low carb aumenta a mortalidade, segundo novos estudos

Com certeza você já ouviu falar da dieta low carb, a queridinha dos últimos tempos utilizada com frequência para quem busca a perda de peso. Mas você também já ouviu falar que essa dieta pode não ser segura a longo prazo e inclusive aumentar o risco de mortalidade?! Então vamos lá entender um pouco mais sobre isso!

O que a ciência mostra

Em estudo científico que acabou de sair do forno, deste ano de 2019, avaliou-se a associação entre dieta low carb e mortalidade geral, mortalidade por doença do coração, câncer e doença cerebrovascular.

  • 11 anos de estudo (1999-2010)
  • 24825 participantes (48,6% homens e 51,4% mulheres)
  • Idade média de 47 anos

*Foram utilizados ajustes estatísticos para fatores de confusão como idade, sexo, raça, educação, estado civil, relação entre pobreza e renda, atividade física, tabagismo, consumo de álcool, IMC, circunferência da cintura, hipertensão, colesterol e diabetes.

O que os pesquisadores observaram?

  • Os participantes que consumiam um percentual de calorias menor de carboidratos (39% das calorias totais diárias) apresentaram uma chance maior em 32% de mortalidade por causas gerais, 50% maior para mortalidade por doença cardiovascular e 51% maior para doença cerebrovascular, quando comparados ao grupo que consumia 66% do valor calórico total em carboidratos.
  • As pessoas que consumiam a menor quantidade de carboidratos tiveram maior rico de desenvolver câncer.

Em revisão sistemática também de 2019 feita com 9 estudos e um total de 462.934 participantes, observou-se que em 8 estudos a dieta low carb foi associada com aumento de mortalidade, em 6 deles com mortalidade por doença cardiovascular e em 3 deles com mortalidade por maior risco de câncer.

Mas quais os efeitos da dieta low carb para a saúde?

Os estudos sobre a dieta low carb a longo prazo ainda são controversos, mas diversas pesquisas têm mostrado que manter esta dieta por muito tempo pode fazer mal à saúde e aumentar o risco de mortalidade.

Algumas hipóteses levantadas são que ao se consumir uma quantidade pequena de carboidratos também ocorre uma redução na ingestão de fibras, frutas, hortaliças e cereais enquanto ocorre um aumento do consumo de proteínas de origem animal, colesterol e gordura saturada.

Isso nos mostra que não só a quantidade de carboidratos e gorduras é importante para a nossa saúde, mas que o tipo e a qualidade desses macronutrientes pode fazer toda a diferença! Afinal refrigerante e aveia são dois alimentos ricos em carboidratos, mas que irão atuar de forma completamente diferente no nosso organismo!

E qual a conclusão?

Considerando que a dieta low carb pode representar um risco à saúde no longo prazo, é importante avaliar sua real indicação com um profissional de saúde qualificado.

Também fica a reflexão de que não é preciso reinventar a roda. Uma dieta equilibrada em quantidade de carboidratos, gorduras e proteínas, assim como em termos da qualidade destes alimentos parece ser a melhor opção para a saúde. Portanto, ingerir uma dieta normal em carboidratos, preconizando carboidratos integrais, ricos em fibras, frutas, vegetais, assim como proteínas ‘’magras’’ conforme a orientação de diversas diretrizes nacionais e internacionais, ainda parece ser a melhor opção.

Por fim, fica a orientação: coma boas fontes de carboidratos e gorduras, não faça restrições exageradas e desnecessárias e seja feliz!

Alergia a níquel: quais alimentos são proibidos?

Alergia a níquel: quais alimentos são proibidos?

O que é níquel?

O níquel é um tipo de metal que está presente em grande parte dos alimentos que são inseridos na dieta, pois ele é necessário para algumas funções do nosso organismo. No entanto, ele também está presente em alguns objetos que usamos no dia-a-dia.

O problema é que o níquel está relacionado ao surgimento de várias reações alérgicas em pessoas que tiverem uma longa exposição ou ao ingerirem este metal. Um dos casos de alergia mais comuns por conta do níquel, é a ocorrência de dermatite de contato.

Estudos apontam que pelo menos 15% da população mundial sofrem com alergia a níquel, sendo ele o metal mais alergênico.

Quanto ao níquel ingerido via alimentação, geralmente menos de 10% do níquel presente no alimento é de fato absorvido, o que não é absorvido é eliminado pelas fezes.

Durante o mecanismo de absorção do níquel ingerido, ocorre uma competição com o ferro, pois os dois elementos são absorvidos praticamente no mesmo local. Dessa forma, ao comer uma refeição que tenha alimentos ricos em níquel, ao comer também alimentos fontes de ferro (como carnes, grãos e vegetais verdes escuros), pode ajudar a reduzir a quantidade de níquel absorvida pelo corpo. Além do ferro, a vitamina C também pode diminuir a absorção do níquel.

Quais os sintomas da alergia ao níquel?

Os sintomas da alergia ao níquel estão relacionados com inflamações e reações cutâneas após o contato com o metal, que pode ser via ingestão de alimentos com níquel ou por contato através dos objetos que contém níquel em sua composição. Alguns dos principais sintomas são:

  • Coceira e irritação na pele
  • Vermelhidão na face e pescoço
  • Bolhas nos dedos
  • Descamação de áreas próximas às orelhas
  • Em casos graves, descamação em outras partes do corpo, tais como mãos, pescoço, tórax etc
  • Em casos graves, pode haver feridas (especialmente na região das pálpebras, no pescoço, nas dobras dos braços, nos dedos, nas palmas das mãos, nas virilhas, na região interna das coxas, nas dobras dos joelhos e nas plantas dos pés)

Onde o níquel pode ser encontrado?

Além dos alimentos, alguns objetos também são ricos em níquel e podem causar irritação e coceira na pele, como brincos, colares, anéis, botões e fechos metálicos em calças e blusas, óculos, pulseiras de relógios e utensílios de cozinha.

Em geral, a alergia causada pelos objetos é mais leve que a gerada pelo consumo de alimentos ricos em níquel, mas é necessário observar o surgimento de sintomas na pele e, se necessário, suspender o uso desses objetos.

Quais alimentos são ricos em níquel?

Muitos alimentos possuem níquel em sua composição e o consumo deve ser reduzido ou evitado para quem tem alergia ao metal, principalmente em períodos de crise alérgica. Veja só os alimentos de cada grupo que são mais riscos em níquel.

  • Frutas: Cereja, framboesa, figo, abacaxi, ameixa, maçã, laranja, banana, pera, pêssego e frutas secas.
  • Verduras e legumes: Cebola, tomate, salsa, aspargo, couve, broto de feijão, espinafre e alface.
  • Oleaginosas: Castanha de caju, amendoim e nozes.
  • Cereais: Arroz integral, aveia.
  • Leguminosas: Feijão, lentilha, ervilha e soja.
  • Molhos: Ketchup, mostarda, vinagre e molho de soja.
  • Peixes e crustáceos: Peixes gordos, como o atum, sardinha, salmão, arenque e a cavala. Além do camarão, lagosta, caranguejo, ostras e mexilhões.
  • Bebidas: Leite, vinho, cerveja, sucos de frutas cítricas, achocolatados e chás.
  • Produtos lácteos: soro do leite, queijos e margarina.
  • Grãos e sementes: Gergelim,
  • Outros: Cacau em pó, chocolate, fermento em pó, alimentos enlatados, vegetais em conserva.

Observação: Fique atento a outros alimentos e preparações oriundos dos alimentos acima, pois também irão conter altas quantidades de níquel. Evite alimentos enlatados para evitar contaminação por metais tóxicos.

Segundo alguns estudos, processar um alimento pode aumentar o nível de níquel na composição, por isso evite alimentos industrializados.

Como tratar?

O ideal é sempre buscar a orientação de um profissional para te ajudar melhor.

Para confirmar se é mesmo alergia ao níquel, é necessário fazer um teste de alergia prescrito e acompanhado com um médico alergologista ou dermatologista, que também poderá testar outras substâncias e alimentos para avaliar se existem mais causas para a dermatite.

A combinação de uma dieta pobre em níquel e a retirada de itens e objetos que contenham essa substância pode aliviar os sintomas em pacientes com manifestações alérgicas ao metal.

Seguir uma dieta saudável e 100% isenta de níquel não é tão fácil assim, já que o metal está presente em inúmeros alimentos, por isso é necessário avaliar com seu médico e nutricionista o que é mais recomendado para o seu caso.

Então, como você viu, o níquel está em praticamente tudo, inclusive em alimentos que consumimos na rotina. Procure evitar ou consumir sem exageros esses alimentos para evitar os sintomas da alergia.