Diversas dietas populares, chamadas de “dietas da moda” ou “dietas milagrosas”, têm sido idealizadas com um objetivo muito mais econômico do que a promoção de uma alimentação saudável e equilibrada.
Pressionados por padrões estéticos, mais do que pela própria saúde, as pessoas lançam mão de tratamentos alternativos em detrimento dos convencionais. Essas dietas surgem com a promessa de perda de peso de forma rápida, fácil e definitiva.
As dietas da moda são baseadas em princípios científicos infundados ou que não são demonstrados cientificamente. Além de promover uma rápida perda de peso seguida de um ganho ponderal maior (“efeito sanfona”), podem gerar carências nutricionais e alterações metabólicas graves e até mesmo levar ao óbito.
Essas dietas são marcadas por uma rigorosa restrição calórica, algumas delas menores que 400kcal/dia, incompatível com uma perda de peso saudável.
As dietas da moda podem ser classificadas em três tipos diferentes:
- Hipocalóricas desequilibradas: impõem uma restrição calórica por meio da combinação de alimentos de forma arbitrária.
- Dissociadas: baseiam-se no princípio de que o ganho de peso não é promovido pelo efeito do consumo de alimentos isolados, mas pela combinação entre eles.
- Excludentes: o princípio básico é a restrição drástica de um dos macronutrientes (carboidratos, proteínas ou lipídeos) em relação aos outros.
Essas dietas independentemente de sua classificação têm em comum o fato de serem desequilibradas nutricionalmente, ineficazes e perigosas à saúde.
Estudos mostram que a realização de dietas restritivas durante 7-16 semanas, provocam, paralelamente à perda de peso, uma redução da massa magra e de água de 11-32% do peso perdido. A perda de água é observada nas primeiras duas semanas de uso da dieta.
Entre os mecanismos responsáveis por promover essa perda está a diminuição da insulina, provocando retenção de sódio pelos rins. A redução de massa magra, resultante da restrição calórica, causa uma diminuição no metabolismo basal (quantidade mínima de energia (calorias) necessária para manter as funções vitais do organismo em repouso).
Portanto, quanto menos massa magra corporal o indivíduo possui, menos calorias ele pode ingerir diariamente. Devido à isso, após aderir uma “dieta da moda”, será necessário recuperar a massa magra perdida, o que dependerá de um bom período de atividade física, musculação e adequação nutricional.
A conservação da massa muscular contribui para a manutenção de um metabolismo basal alto e pode elevar a oxidação lipídica durante o repouso. Tal fato justifica a influência da composição corporal para a perda de peso.
Entre os sintomas mais comuns apresentados por pacientes que seguem dietas muito restritas em calorias estão:
- intolerância ao frio
- queda de cabelo
- fadiga
- leve dor de cabeça
- dificuldade de concentração
- nervosismo
- euforia
- constipação ou diarreia
- pele seca
- anemia
- irregularidades menstruais
O tratamento da obesidade é prolongado e baseado na modificação do estilo de vida, por meio da reeducação alimentar e do estímulo à prática de atividade física regular. O plano alimentar adequado tem um importante papel na adesão do indivíduo ao tratamento. Os planos com restrições calóricas moderadas são os mais aconselhados, pois eles são capazes de suprir as necessidades calóricas mínimas fornecendo as quantidades adequadas de vitaminas e minerais.
É importante ressaltar que a moderação, variabilidade, proporcionalidade e equilíbrio são os pilares do plano alimentar sucesso do tratamento nutricional.
Dicas para a reeducação alimentar
- Experimente novos sabores.
- Inclua alimentos integrais e minimamente processados em receitas do cotidiano.
- Permita-se descobrir o prazer de comer alimentos mais saudáveis.
- Retire gradativamente os alimentos que são mais difíceis de resistir, como o chocolate.
- Faça um esporte que você gosta.
- Tenha em mente que perder peso é consequência de um novo relacionamento com os alimentos através de novos hábitos e do autocontrole emocional.
Por Amanda M. Duarte
Nutricionista | CRN8/9098/P