Como as redes sociais influenciam na alimentação?

Como as redes sociais influenciam na alimentação?

Você sabia que em média o brasileiro passa 9 horas por dia conectado à internet? Programas de televisão, influenciadores e coach de emagrecimento nas redes sociais, grupos de emagrecimento online sem profissional de saúde… são tantas opções e dicas que aparecem na internet sobre alimentação e nutrição que às vezes ficamos até confusos! Mas como as redes sociais influenciam na alimentação? Confira no texto de hoje estratégias para dizer adeus às influências equivocadas sobre sua alimentação!

Como as redes sociais influenciam na alimentação?

Sabemos que o nosso comportamento alimentar se relaciona com a nossa própria identidade social, revelando a cultura pela qual estamos inseridos. Mas você já parou para pensar se o seu comportamento alimentar é influenciado por alguém ou algo? Separei a seguir alguns possíveis influenciadores do seu comportamento alimentar:

  • Família
  • Pais e irmãos
  • Educação escolar
  • Instituições de ensino
  • Amigos
  • Influenciadores digitais
  • Marcas de produtos
  • Coach de emagrecimento/alimentação saudável
  • Propaganda de alimentos

Enfim, a lista dos motivos ou pessoas que podem influenciar a sua alimentação é grande. Com a globalização e o avanço da internet é possível ver e se comunicar facilmente com pessoas que estão quilômetros de distância de você. As redes sociais juntaram ainda mais todas essas pessoas e um mar de informações que pode influenciar o que você faz ou quer… Mas você deve estar pensando: “eu não posso ser tão influenciável assim!”, por isso vou colocar um exemplo abaixo, tá?

#1 Primeiro contato

Digamos que você viu um produto ou alimento novo que a sua prima do interior do estado comprou e disse pelas redes sociais que é muito bom e que todos precisam experimentar e consumir aquele alimento ou produto!

#2 Desejo de compra

Então você decide pesquisar sobre o produto e vê na internet anúncios com uma campanha de marketing linda (e convenhamos: a propaganda é a alma do negócio, né, gente?!). E de uma hora para outra você pensa o seguinte: PRECISO COMPRAR ISSO! Pronto, o desejo de compra ficou instalado em você!

#3 Você entra nas redes sociais ou em sites de busca e o que aparece?

Anúncios mostrando o produto que você quer comprar, então aquilo fica na sua cabeça. Ou seja, tem uma tentação para comprar o bendito produto!

#4 Resultado…

Fim das contas: compra finalizada com sucesso e você vai pagar um absurdo no valor do frete para aquele produto chegar até você, ou vai até uma loja e compra, sem segredos!

Agora me diz, você lembra como isso tudo começou? Com a influência da sua prima que disse que o produto era bom! Viu só? Às vezes nem notamos que somos influenciados por algo ou alguém. E isso é normal em tempos de redes sociais, mas o que fica para refletir aqui é: Até que ponto isso é bom e saudável para a nossa vida?

Às vezes o produto recomendado pode ser bom, mas e quando não é? Inconscientemente podemos nos deixar levar pela recomendação de pessoas porque aquilo deu certo com elas, mas nem sempre dá certo para nós. Além disso muitas informações falsas circulam pela rede, por isso fique atento e confira qual é a influência das redes sociais na alimentação no tópico a seguir!

Qual a influência das redes sociais na alimentação?

Atualmente, qualquer pessoa que tenha acesso a um celular pode se tornar um grande influenciador digital, pois as redes sociais atingiram a população em cheio, até os mais idosos. Mas como isso influencia a alimentação? Confira abaixo:

  • Ampliação do consumo de alimentos industrializados
  • Ampliação do consumo de fast food e junk food
  • Desatenção da sua própria tradição e cultura alimentar
  • Expansão de alimentos, chás e efeitos milagrosos para obter o corpo desejado
  • Preocupação com a imagem corporal perfeita
  • Obsessão por comida saudável – desenvolvimento da ortorexia
  • Restrição de alimentos por influência de algum blogueiro fitness
  • Realização de dietas sem fundamento
  • Realização de dietas que levam a carência de nutrientes e alimentação desequilibrada
  • Obtenção de informações equivocadas e sem fundamento científico sobre alimentação e nutrição.

E a lista só tente a aumentar… as redes sociais impulsionam a busca pelos corpos perfeitos e a preocupação somente com a estética pode estar ligada a uma rede de indústrias que vai além da alimentação: cosméticos, vestuário, moda fitness, suplementos alimentares…

Qual a influência das mídias na alimentação?

Além de buscar entender como as redes sociais influenciam na alimentação, é importante ressaltar que outras mídias como programas de televisão, propagandas e anúncios em outdoors podem influenciar o que consumimos. Vou colocar abaixo algumas situações que podem influenciar nossas atitudes e escolhas alimentares.

  • Alguns programas podem passar a ideia de que alguns alimentos são vilões da alimentação e que fazem muito mal para a saúde e outros alimentos são os salvadores da saúde.
  • Propagandas de alimentos com redução de x% de gordura, sódio ou açúcar nos alimentos. Muitas pessoas acabam comprando esses alimentos porque são novidade e parecem ser saudáveis, porém esquecem de analisar que são alimentos ultraprocessados, podem conter excesso de sódio, gordura trans ou gordura hidrogenada na lista de ingredientes.
  • Propaganda de alimentos que aparentam ser saudáveis, mas quando olhamos o rótulo e lista de ingredientes contém muitos corantes e aditivos alimentares.
  • Informações equivocadas sobre a composição dos alimentos! Dizer que a margarina é um alimento fonte de proteína, por exemplo, enquanto a margarina é fonte alimentar de gorduras.

Dá uma olhada no que pesquisadores brasileiros analisaram da programação de três emissoras brasileiras de canal aberto com maior audiência:

Os pesquisadores acompanharam 126 horas de programação, durante 10 dias, das 8 às 18 horas. No total foram 1.369 propagandas, sendo 189 de alimentos. Destas, 48,1% eram de produtos pertencentes aos grupos dos açúcares e doces e 29,1% pertenciam aos óleos, gorduras e sementes oleaginosas.

Os especialistas têm sugerido que a publicidade de alimentos ultraprocessados está contribuindo para uma epidemia mundial de obesidade, já que são alimentos com menor qualidade nutricional.

O uso das redes sociais pode ser prejudicial para a alimentação?

Sim! Quando as pessoas fazem as buscas nas redes sociais, muitas nem levam em consideração a procedência das informações. O uso das famosas hashtags faz com que sejam rapidamente encontrados inúmeros perfis das redes sociais que mostram corpos esculturais e vidas incrivelmente perfeitas.

Juntamente com esse bombardeio de fotos virtuais é possível encontrar dicas para um corpo “saudável”, como alimentação e exercícios físicos, quase como uma receita pronta, sem levar em consideração o princípio da individualidade de cada pessoa.

Outro ponto que pode ser prejudicial a saúde é o consumo desenfreado de suplementos em academias ou lojas. Muitas vezes a pessoa tem a indicação de um amigo, professor, blogueiros, coach de emagrecimento e nem avalia a verdadeira necessidade do consumo desses suplementos, se tornando prejudicial a saúde. Por isso, sempre busque o acompanhamento por um nutricionista!

Influência das mídias na alimentação de crianças e adolescentes

Com a facilidade da internet, muitas crianças trocam as brincadeiras por jogos virtuais ou desenhos e filmes em canais infantis de entretenimento em canal fechado de televisão. E, com isso, indústrias alimentícias aproveitam para inserir o marketing de alimentos ultraprocessados, altamente calóricos e de baixo valor nutricional, que pode estar relacionado com o aumento de casos de obesidade entre as crianças.

O mundo encantado de brinquedos e brincadeiras relacionado aos alimentos que cercam as crianças nas mídias leva elas a acreditar que estes alimentos tem um sabor diferenciado, que as tornam mais felizes se consumirem e atraentes para contar para o amigo da escola que já comeu o tal alimento que passou na televisão.

Algumas empresas utilizam personagens, cores chamativas, brindes exclusivos e colecionáveis quando compram certos alimentos ou fast food. Tal ação dessas empresas visa atrair as crianças à compra do produto não pela sua qualidade nutricional e sim pelo seu “prêmio”, transportando as crianças para um mundo da fantasia de forma lúdica. E assim, o consumo de alimentos ultraprocessados pode virar rotina e aumentar a tendência ao desenvolvimento de doenças deste os primeiros anos de vida.

Aos adolescentes, a prevalência do consumo de alimentos ultraprocessados também ocorre. Além disso, com o avanço das redes sociais pode haver uma supervalorização da imagem corporal dita ideal. E isso pode induzir a padrões alimentares impróprios, com a ingestão inadequada de nutrientes, podendo levar ao desencadeamento até de transtornos alimentares.

Informações de alimentação e nutrição confiáveis: como fazer para ter acesso a informações de qualidade?

Você sabia que notícias falsas são compartilhadas 70% mais do que as verdadeiras? Confira abaixo algumas dicas para conferir as informações que chegam até você:

  • Não leia somente o título, antes de compartilhar leia o conteúdo
  • Informações vagas e genéricas podem ser falsas
  • Cheque a fonte das informações do conteúdo
  • Qual é a data de publicação do conteúdo? Às vezes, pode ser uma dica de anos atrás e estar desatualizada
  • Cheque as informações em sites como e-farsas ou boatos.org
  • Não limite a sua curiosidade! Pesquise sobre o assunto em sites oficiais, como:
    • Instituições governamentais
    • Universidades
    • Artigos científicos
    • Hospitais
    • Associações de médicos ou nutricionistas
    • Órgãos mundiais de saúde

Viu só, como as redes sociais influenciam na alimentação? São vários tipos de influências que podem interferir nas nossas escolhas alimentares! De agora em diante fique atento para evitar ser influenciado ou cair no ciclo vicioso das redes sociais. E nada melhor do que ter um nutricionista de confiança para tirar todas as dúvidas que surgirem, não acha?