Fórmulas infantis sem orientação podem levar seu filho a obesidade já no primeiro ano

Fórmulas infantis sem recomendação podem levar seu filho ao sobrepeso já no primeiro ano

As fórmulas infantis foram criadas afim de imitar o leite materno e ser uma solução para nutrir os recém-nascidos que não podem ser amamentados, seja porque a mãe não pode amamentar ou porque não consegue dar continuidade ao aleitamento.
Porém, é muito comum vermos essas fórmulas sendo utilizadas de maneira incorreta. Por exemplo, em hospitais que administram a fórmula nas primeiras horas de vida de bebês que nascem sadios e no tempo certo de gestação.

Qual o problema do uso indiscriminado de Fórmulas Infantis?

Apesar das fórmulas infantis tentarem imitar o leite materno, nenhuma delas é capaz de copiá-lo exatamente com as mesmas composições. Isso porque o leite materno vai variando sua composição de acordo com as necessidades do bebê. Inclusive, essa variação vai ocorrendo inclusive durante as mamadas do dia. Fantástico, né?!

E o que essa diferença na composição do leite pode afetar?

Nos últimos anos, as fórmulas infantis vêm sendo associadas com um crescimento acelerado do bebê.
Apesar de muitas mamães acharem que isso é bom, não é!
Esse crescimento rápido pode contribuir para o desenvolvimento de sobrepeso e obesidade e elevar o risco de doenças relacionadas, como diabetes e pressão alta.

Um estudo sobre os tipos de leite e o sobrepeso

Um estudo publicado em janeiro desse ano avaliou os efeitos que o tipo de leite e volume administrados aos bebês poderiam ter no crescimento e no risco de sobrepeso.

O que o estudo mostrou?

A administração de fórmulas infantis em grandes quantidades (> 840 ml/dia) aos bebês com 3 meses de idade está associado ao maior peso corporal e maior risco de sobrepeso aos 6 e 12 meses de idade, quando comparado aquelas crianças que estavam em uso do leite materno.
E, algumas das hipóteses para esse ganho de peso excessivo são:

  • Geralmente o volume médio de fórmula consumida é maior do que o quanto o bebê ingere se for alimentado diretamente no peito da mãe. As fórmulas são administradas em mamadeiras, copos, etc e isso contribui para abusos, já que as mães querem que o bebê tome tudo que está lá! Já no peito, a mãe não consegue saber o quanto o bebê mamou e com isso a sensação de saciedade dele é respeitada;
  • A fórmula infantil possui maior valor calórico por ml do que o leite materno;
  • O teor de proteína é maior na fórmula infantil, o que vem sendo associado a um ganho de peso mais rápido nos primeiros dois anos de vida.

Você sabia? Um outro estudo observou que os bebês que consomem fórmula infantil têm uma ingestão de calorias de 1,2 a 9,5 vezes MAIOR e uma ingestão de proteína 1,2 a 4,8 vezes MAIOR do que a criança que se alimenta de leite materno.
É muita diferença, né?

Mas, nutri, se eu não conseguir amamentar, vou fazer o que?

O leite materno sempre será o melhor alimento para o seu filho. Então em caso de impossibilidade de amamentar o ideal, em primeiro caso, seria procurar um banco de leite materno.

Também é muito importante PEDIR AJUDA!

Muitas mamães param de amamentar pelas dificuldades que a amamentação pode causar (dores, fissuras, empedramento, etc), por falta de conhecimento no assunto e por palpites dos outros. Isso mesmo! Quando o assunto é amamentação não faltam palpites, não é?

  • “Acho que seu leite é fraco, seu filho não está engordando”.
  • “Está na hora de parar de amamentar, ele já está muito grandinho, é feio!”.
  • “A criança vai viciar no seu peito”.
  • “Se você der fórmula seu filho vai dormir a noite toda”…

Uma ajuda do pediatra, da nutri e de uma consultora de amamentação diante dessas dificuldades e mitos serão muito bem vindas nesse momento.  Elas irão te acalmar, orientar e tornar esse momento tão lindo de vínculo entre você e seu filho prazeroso!
[su_box_destaque]Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial da Saúde, o aleitamento materno exclusivo deve ser feito até os 6 meses de vida, ou seja, nesse período o bebê só precisa de leite – nada de água, sucos, chás ou outras bebidas ou alimentos. Após o 6º mês, a recomendação é iniciar a introdução alimentar, porém mantendo o aleitamento materno até os 2 anos ou mais![/su_box_destaque] O aleitamento materno exclusivo é um importante fator de prevenção da obesidade no restante da vida. Além disso, tem diversos outros benefícios para a saúde do seu filho e também para a sua. Se quiser saber mais sobre esses benefícios, dá uma olhadinha nesses 10 motivos para amamentar seu bebê!
Se, por alguma razão, seu filho precisar realmente da fórmula, converse com o pediatra e com um nutricionista materno infantil. Eles irão lhe indicar o melhor tipo e também as quantidades que devem ser utilizadas. Isso é fundamental para ajudar seu filho a ter saúde e um ganho de peso saudável!